segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Leitor: Letra de Médico

O texto abaixo foi escrito pela leitora Mariana Drechmer. Agradecemos a colaboração e aproveitamos a oportunidade para informar a todos os visitantes que temos muito interesse em publicar seus artigos. Vale ressaltar que esse texto reflete apenas a opinião da leitora e não a dos editores do site.

Ao descobrir esse blog, e após ler os poucos textos que já o compõem, comecei a pensar no título “Letra de Médico”, com o adendo “- aqui todos se entendem”. Passei a refletir no porquê de os médicos serem famosos por sua caligrafia, que de cali (correto) não tem nada! E aí vai uma consideração aos farmacêuticos e balconistas de farmácia, que se desdobram para desvendar o mistério da receita médica.

Tudo na vida tem um porquê. E o que não tem, com certeza um dia terá. Por que os médicos escrevem em códigos?

A primeira hipótese que me vem à mente é a falta de tempo. Façamos a imagem: segunda-feira, 8h, pronto-socorro lotado, cheio de entorses de tornozelo e contusões lombares, cefaléias lancinantes e atestadites agudas. Número de médicos no local: 2. Número de pacientes por hora por médico: 30. Realmente não me parece viável escrever “Tome por via oral 1 comprimido 2 vezes ao dia”. Muito mais rápido seria: “Tome v.o. 1cp 2x/dia”, e, é claro, com uma grafia em que se leria qualquer coisa que parecesse mais agradável que tomar remédio.

Alguns até dizem que a grafia médica é aprendida antes dos estágios, nas famosas aulas de 2h30 de duração, com professores logorréicos e com vontade de esgotar o assunto que demoraram anos para compreender. Numa tentativa desesperadora de fazer valer a aula, e até por saber que pelo livro não vai dar pra estudar mesmo, as canetas correm nos cadernos, alucinadas. Às vésperas da prova, o caderno vira um belíssimo criptograma, cuja decifragem passa a ser objetivo de todos.

Recordo-me agora de um amigo, psicólogo, que me deu uma resposta coerente à minha pergunta. Segundo ele, nós sentimos insegurança. Temos medo de sermos julgados pelas nossas condutas. Quando se é claro, corre-se o risco de se ser excessivamente claro. E a partir daí, há espaço para argumentos em cima da decisão do “Dr. Médico”. Amigos, não é perigoso quando entendem aquilo que falamos? Porque, dessa forma, além de decidirmos a conduta, teremos que ter argumentos que a justifiquem! Significa que teremos que estudar mais, que nos aprimorar mais, e dessa vez não mais pensando no dinheiro ou no título.

Poderemos racionalizar agora. E é isso que a maioria dos médicos faz. Racionalizar. Negar. Somos os donos da verdade, e se não somos, um dia seremos. Na verdade, podemos não o ser na frente do professor-doutor, mas na frente do técnico de enfermagem... “Afinal, é muito fácil julgar-nos, não é mesmo? E as condições em que trabalhamos? E a pressão que sofremos, desde o dia em que decidimos prestar vestibular? E a autoconfiança que nos cobram? E a concorrência, então! Bom, no fundo essas pessoas que emitem essas opiniões queriam todas ser médicos. E o ato médico, dessa forma...”

Justificativas. Racionalizações. Se, entretanto, considerarmos que existe a possibilidade de o psicólogo estar certo, teremos substrato para fazer uma auto-análise – análise do ego, e análise da classe médica. Análise do que concordamos e daquilo que nos gera mal-estar. Análise do que queremos, e do que querem de nós. Análise do que consideramos cali, do que consideramos correto. A análise pode começar com a própria grafia.

Que médico você quer ser? Que médico você admira?

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Palm ou Pocket PC?

Se você leu o texto anterior, “Palm. Por Que Você Deve Ter Um” ou já pesquisou sobre o assunto, deve saber que o termo Palm, apesar de ser utilizado como sinônimo para qualquer computador portátil que caiba na palma da mão, é na verdade uma marca de propriedade da empresa PalmOne, fabricante de apenas parte dos modelos desse tipo de dispositivo, disponíveis no mercado. Conhecer as diferenças básicas entre um Palm (fabricado pela PalmOne) e um Pocket PC (fabricado por outras empresas) é fundamental na hora de escolher seu futuro equipamento. Além disso, é importante avaliar o desempenho da máquina, design, duração da bateria, capacidade de armazenamento, etc.

Por enquanto, vamos falar apenas sobre algumas características que diferenciam Palms e Pocket PCs. A principal delas é o sistema operacional. Enquanto Palms rodam Palm OS (sistema desenvolvido pela própria PalmOne), Pocket PCs em sua maioria trabalham com uma versão do sistema operacional Windows, chamada Windows Mobile. Por muito tempo o Palm OS foi reconhecidamente superior ao Windows Mobile (antes chamado de Windows CE), tanto em desempenho como em estabilidade. Além disso, havia uma infinidade de aplicativos desenvolvidos somente para esse sistema operacional já que durante anos o mercado foi dominado quase que exclusivamente pela PalmOne. Hoje o cenário é outro. O Windows Mobile amadureceu e muitos afirmam que ele já supera o Palm OS em vários aspectos. Alguns dos principais programas médicos, antes disponíveis somente para a plataforma Palm, foram reescritos para rodar também nos Pocket PCs. As maquinas Windows contam ainda com versões reduzidas do Word, Excel e Power Point, criadas pela própria Microsoft, além de compatibilidade com programas bastante populares como o Skype.

Se você procura um equipamento que rode 99% dos aplicativos médicos disponíveis para portáteis, escolha o Palm. Caso prefira editar seus arquivos sem a necessidade de instalação de programas de terceiros, falar pelo Skype ou MSN usando o próprio dispositivo e instalar apenas os principais programas de medicina, opte pelo Pocket PC. Os dois sistemas suportam visualização de livros virtuais (e-books), reprodução de vídeo e MP3, navegação pela Internet além de contarem com aplicativos de gerenciamento de agenda telefônica e compromissos.

Na próxima matéria falaremos sobre desempenho, expansibilidade, conectividade, principais recursos e relação custo-benefício de Palms e Pocket PCs. Para ajudar na escolha, colocarei também algumas referências sobre os modelos mais vendidos aqui no Brasil.